A simplicidade dela

Leia ouvindo: Izzy Bizu – White Tiger

Ela tem uma mania estranha de desejar ventos que descabelem e tirem a graça de um cabelo impecável. É que detesta monotonia e sonha desejos lúdicos e bagunçados. Porque não sabia que a vida tinha regras, foi lá e viveu como se não precisasse provar nada pra ninguém.

Tem alma solta, livre, serena. Gosta de flor que colore e sino de igreja que embala hora por hora. Espírito juvenil, coração sambista, é alucinada pelas risadas alheias e gosta de provoca-las em todo mundo. Tornou-se fã de cócegas no âmago.

A única ambição é conhecer o mundo, e desejava que fosse possível fazer a pé. Que pudesse começar para uma das pontas que sua rosa dos ventos aponta e que, sem direção, pudesse cruzar Macchu Picchu, Santorini, Bali e retornasse via Maragogi. Sente-se itinerante, pertencente ao mundo.

Gosta de homens feios, magros, esculturais, de pele parda, narigudos, de pele perfeita. Todo tipo lhe cai bem, com a única condição de que ame tanto a vida quanto ela ama. Deu as mãos para tantos deles, mas o coração só para os que tinham embrulho de seda para guardar. Deixou pedaços dele por aí, nos caminhos que tentou cruzar a pé.

Cultiva poucos medos, porque afasta todos que vem a sentir. Não gosta do que a limita, enfrenta com batidas fortes no peito porque detesta perder. Ela ganha todas as batalhas, todos os dias, porque mesmo as que parecem perdidas trazem a ela o aprendizado que precisa.

Nela não há utopias, há defeitos atrás de qualidades, há uma vontade louca de escrever uma história feliz. De continuação constante. Não pensa no final, quer mais é que o durante seja eterno.

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Bianca Carvalho

Uma carioca branquela, bagunceira e desbocada. Uma mulher questionadora, inquieta e expansiva. Uma amante do mundo, dos cachorros e de pessoas apaixonadas pela vida.

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