Leia ouvindo: Maroon 5 – Sunday Morning
Acordei, olhei pela janela e decidi não levantar. Mais uns 5 minutinhos resolveriam. Esqueci por um tempo onde eu tava, porque continuava a viver, mas um ruído de respiração ao lado me trouxe de volta à superfície.
Não é como se eu não pudesse viver se ele não estivesse ao meu lado, mas eu simplesmente não queria ir em frente sem sua companhia. Por vezes, eu chegava a acreditar friamente que não havia sensação melhor no mundo do que a de acordar e vê-lo ali, vulnerável e completamente alheio ao mundo acordado.
O amor é difícil de explicar. É peculiar a invasão que ele causa em cada pedacinho do nosso corpo, da nossa casa, da nossa alma. Um dia você está completamente oco, com espaços sobrando na cabeça e no coração, e ele vem como uma enchente que arranca todas as coisas do lugar. Muda tudo.

Eu o amava. Talvez mais do que pudesse amar a mim mesma. Tinha vontade de admira-lo toda hora. Dizia vinte vezes ao dia que o amava, e a melhor parte era que ele me dizia vinte e uma. Sempre adormecia depois de mim, e abençoava o meu sono com o mais doce dos beijos e o mais melodioso “eu te amo” que eu já ouvira.
A gente sabe quando o amor é falso, mas sabe mais ainda quando é verdadeiro. Genuíno. Eu sabia que tudo que eu sentia por ele voltava diretamente dele pra mim, e sinceramente? Nunca havia sorrido tão honestamente. Ainda, nunca havia contemplado tamanha legitimidade no sorriso alheio.
É bom amar. Sem medo, com liberdade, libido e libertinagem a dois. É bom demais amar.
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