Leia ouvindo: Fatima – Caught in a lie
Queria te convidar para tomar um vinho e falar verdades. Tratar com a nudez necessária um assunto que te muito interessa e eu, bem, conheço essa historia de perto.
Ele inicialmente vai vestir o personagem de super homem – com gosto, por que ele realmente acha que é. Claro que o super homem que estamos falando é bem moderno. Daqueles que abraçam o mix da vida na cidade e aos finais de semana correm para o meio do mato. Parece independente, decidido, empreendedor, viajador, com uma vida financeira resumida ao cartão de crédito preto, muito bem ostentado – claro! Ele até defende a igualdade de gênero e compartilha daqueles ideais que ganham likes nas redes sociais. Ele diz que gosta da simplicidade, mas não perde a oportunidade de ostentar algum bem que possui.
Num movimento de aprovação, apresenta suas ferramentas de maneira encantadora. Esperto que é, usa dessas e outras características para mostrar que ele dá conta da própria vida. Como deve imaginar, ele não dá conta é de porra nenhuma! E logo o “super” se torna apenas um homem.
Longe de esperar a perfeição apresentada por ele, mas aos poucos percebe-se que a terra firme era na verdade, areia movediça.
Haja terapia, minha amiga! Para ele e para você.

E o problema não é como ele se apresenta, mas como você cria suas expectativas. Ele vai te apresentar um mundo tão interessante, que inicialmente, parece mesmo encantador, real e possível. Mas não se engane, em pouco tempo perceberá que ele tem mais problemas do que você mesma pode imaginar, e tudo bem. Quem não tem?
Mas o problema aqui é que ele não faz nada para melhorar, aliás, até faz, usa rotas de fuga ilícitas e demonstra suas inseguranças em situações que são milimetricamente criadas para te perturbar e diminuir. Você também percebe que a tão aclamada independência apresentada por ele tem um patrocinador oficial, os pais.
E longe de mim dar total importância ao dinheiro, mas convenhamos, é um assunto importante em qualquer relação.
Provavelmente quando você der conta de tudo isso já estará visivelmente envolvida em tantas historias incríveis que ele tem para contar, e claro, te incluir em algumas delas. Afinal de contas, o personagem que ele propôs vestir proporciona, entre tantas coisas, boas histórias.
Você vai se perguntar algumas vezes se aquilo tudo faz sentido. Se ele é mesmo aquele cara que você conheceu lá atrás. E diante de tantas dúvidas, vai entender que essa sensação de inferioridade e tristeza não faz parte da sua verdade.
Vai demorar um pouquinho, mas ele logo vai apresentar a verdadeira versão dele mesmo: vai assumir que você é mulher demais para ele e mesmo com o coração partido, você vai ter que concordar que é mesmo.
E eis aqui a página dois. Quando ele já não faz mais parte da sua vida e escolhas. Ele foi a ponte que faltava para te conectar com a sua verdade. Ele foi o cara errado para te ajudar a escolher um pouco mais certo agora. Ele foi o cara que parecia ser, mas que por livramento (ou seria livre arbítrio?), não foi.
E na pagina três, provavelmente você também vai querer convidá-la para tomar um vinho e dizer algumas verdades. Vai perceber que não passa de um loop, e que o problema não está em você ou nela, mas nas historias que ele conta.
Você não tem nada de errado. Pelo contrário, boas histórias começam depois de rascunhos ruins.
Um brinde.
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