Eu não sou a católica mais fervorosa e praticante que você vai conhecer, mas já deve ter reparado que eu rezo pra caramba. Não sei explicar o porquê, mas me sinto próxima dos santos, quase íntima, e converso com eles como se conversasse com um amigo na mesa do bar.
Dessa vez escolhi Santo Expedito. Tava ali, afundada em pensamentos de uma vida cheinha de problemas – dos mais ordinários – a serem resolvidos, e decidi que era hora de acionar o Santo das Causas Impossíveis.
Causas impossíveis? Nem tanto. Mas apelei, e apelei com gosto. “Meu Santo Expedito das causas justas e urgentes, interceda por mim junto ao Nosso Senhor Jesus Cristo, socorra-me nesta hora de aflição e desespero.”
Tanto exagero… Eu sei. Mas mulher que é mulher sempre se utilizará do recurso da hipérbole. Porque nós SOMOS uma hipérbole. Tudo que parte de nós é elevado à décima potência e sempre em cima do salto alto, pra ficar bem grande e chamativo. Não somos adeptas do “pouco”, e o “muito” não parece o suficiente para nos categorizar.

Dois quilos que não conseguimos eliminar da barriga é motivo de terapia e antidepressivos. Um cartão de crédito estourado é o pior dos pesadelos. Uma mensagem vista e não respondida é motivo de fim de casamento. E eu poderia citar aqui tudo que nos tira do eixo e se transforma em motivo de promessa, mas passaria ANOS diante do computador! (como não exagerar aqui também?)
Cazuza que me desculpe, mas jogar-se aos meus pés é muito pouco exagerado. Eu me jogo mesmo é lá dos braços do Cristo Redentor, porque eu preciso do maior dos impactos. E não é que a gente queira simplesmente chamar a atenção, é que não conseguimos nos separar da intensidade que nos é intrínseca.
Sendo assim… “Meu Santo Expedito das causas justas e urgentes, interceda por mim junto ao Nosso Senhor Jesus Cristo, livra-me do meu exagero.” Isso, sim, é causa impossível.
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Amei 😀