Comece o mês de julho ouvindo: Silva – Júpiter
Parto do princípio que não existe normalidade na mudança. O novo até se tornar normal, leva tempo. É preciso paciência e disposição para ressignifcar vivências. O “novo normal” não existe. Nós não sabemos como vai ser a partir daqui, e, qualquer previsão pode parece rasa demais.
A pergunta que me faço todos os dias virou a temática do mês. Afinal, como vai ser a vida agora (lá fora)?
Sem qualquer intenção de encontrar respostas, o mês de julho será, mais uma vez, dedicado a boas reflexões – e provocações.
Se antes fizemos da nossa casa a própria caverna de Platão trazendo a dualidade humana das profundezas, agora seremos capazes de ressignificar a liberdade? (Aquela que vai além da ida ao shopping center). Conseguiremos, enfim, conviver em uma sociedade plural e heterogênea? E os relacionamentos? Será que Bauman estava mesmo certo quando disse que eles seriam líquidos?
Nunca estivemos tão vulneráveis.
O mundo que a gente conhecia acaba um pouco mais a cada dia, e eu ainda não tirei o pijama, a pia está cheia de louça e tenho uma call começando em 15 min. Ninguém me avisou que o fim do mundo exigia produtividade alta e baixas expectativas.
Assim como eu, você também não deve ter superado que aquela vida, vivida até meses atrás, acabou. O luto é um looping que dia sim, e outros também, mostra que a melhor posição, ainda é a fetal. E está tudo bem, mesmo não estando.
Temos saudade de uma vida que não nos cabe mais. Aliás, nem a calça jeans cabe, mas olhe pelo lado bom, reinventamos o moletom – agora ele é tie dye. A montanha russa não parecia tão radical vista da fila. Entre altos e baixos chegamos ao mês 07, daqui a pouco já é Natal, e ainda brigamos por política.
Chegamos ao meio. Quem sabe, o tão aclamado caminho do meio do Budismo. Uma oportunidade e tanto para aqueles que ainda não deram uma revisada no roteiro, lerem as entrelinhas.
Como vai ser a vida agora (lá fora), eu também não sei. O que eu sei é que aqui dentro, o coração segue quente e aprendendo diariamente que o novo é feito de vulnerabilidade e doses cavalares de adrenalina.
Seguimos.
com amor,
Juliana Manzato | editoria cotidianodela.com.br
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