Leia ouvindo: Taylor Swift – Blank Space
Eu soube desde o primeiro passo que deu naquele espaço que você seria o meu próximo erro. Emanava uma atmosfera de pecado, obstáculo, objeto proibido. Há um magnetismo dentro de mim – que não sei se devo classificar como natural – que praticamente clama pelos casos mais complicados. Inconsciente, inconsequente. Inconsistente.
Na superfície somos todas um pouco românticas, meio tradicionais, muito sonhadoras. O perigo mora lá no fundo, onde temos desejos intensos e atrações fatais. Quando a vontade fala mais alto que o coração, calam-se todos os clichês de namorinho de filme, romance de novela. Toda mulher tem uma queda pelo perigo.
Não me surpreendeu que você fosse do tipo furacão. Passou e tirou tudo do lugar: meus conceitos, minhas impressões, meus cabelos e os lençóis. Seria mais um daqueles troféus que eu colocaria na estante e até exibiria orgulhosa para algumas de minhas mais próximas e fieis escudeiras. Eu o teria na minha lista dos mais maravilhosos “one night stands” e te guardaria como uma boa memória de uma noite da minha mais alta autoestima. Até que você pediu meu telefone. E, sim, me ligou no dia seguinte…
[ Imagem: reprodução ]
O problema de viver uma fantasia é quando o lobo se veste de cordeiro. A gente cisma que conhece o terreno onde está pisando, mas furacões também tiram o chão do lugar. Há casos que foram feitos para sobreviver somente por um dia (quem sabe por uma noite), e quando o prazo de validade se estende, é a gente que começa a azedar.
Coração é bicho burro, e não sabe distinguir pequenas de grandes demonstrações de afeto. Se envolve, se entrega. Fica mansinho, risonho, se abre todinho para quem bate à porta. O problema é essa estranha mania de ser sempre a pessoa certa na hora errada. Cheia das qualidades que você admira e virtudes que você quer numa mulher, mas há sempre um empecilho relevantíssimo que nos impeça de ser exclamação. Somos sempre vírgula.
Passado o efeito da ventania e recolhidos os destroços da devastação, voltamos a ser intocáveis, com estrutura rígida. E no meio da minha calmaria, mais uma vez tive a impressão de ver o próximo erro passar diante dos olhos. Abracei bem forte meu próprio peito e decidi esperar até que o acerto cruze o meu caminho.
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Super me identifiquei!!! ” Há um magnetismo dentro de mim – que não sei se devo classificar como natural – que praticamente clama pelos casos mais complicados” SEMPRE OS COMPLICADOS!
Minha nossa senhora!!