Leia ouvindo: Michael FK, Vesky – Lost in your memory
R E S P I R A R.
Faz parte da sobrevivência encher os pulmões de ar e esvaziar. Um movimento orgânico, nada calculado. Ninguém te ensina a respirar, você simplesmente respira para sobreviver. E talvez seja esse o maior problema dessa humanidade tão ansiosa, sobreviver.
Vivemos em constante estado de alerta. O mundo se tornou um lugar ainda mais hostil e líquido. Nossos pulmões não foram feitos para habitar em um lugar assim. Intensificamos o nosso esforço e consequentemente a respiração. A adrenalina parece ser despejada aos montes em nossas veias.
Mergulhamos nessa liquidez sem saber nadar. A sensação é de colapso. Como é que respira com aperto no peito? Não respira, pira. A gente vai de encontro com a adrenalina, marca date com vinho e tudo que tem direito. No outro dia a ressaca, o aperto.
Ninguém nos ensinou sobre sobrevivência, respiração ou colapso. A maioria das pessoas fala em crise existencial, solidão e ansiedade. Poucos são os otimistas que aprenderam a buscar a paz nos pulmões. Respiração.

Quando o mundo estiver barulhento demais silencie. Aprender a respirar é sair do modo sobrevivência e entrar no modo atenção. Na sobrevivência as ações são infinitamente mais rápidas e com grandes chances de erro. No modo atenção a gente consegue encontrar uma resposta ao invés de simplesmente reagir a ela. Conseguimos concentrar no que realmente importa e como consequência, encontramos a paz.
Com decisões mais sábias e alternativas, respiramos melhor. Colocamos o furacão dos outros dentro da nossa paz. Os nossos piores barulhos são silenciados, e tudo aquilo que resta é a respiração e batidas do coração.
As respostas que você tanto procura estão nos barulhos que você não ouve e no movimento que você faz mesmo sem perceber. Quando acalmamos os ânimos e nos abraçamos ao final de mais um dia, encontramos o estado de atenção. A paz faz ali a sua morada.
Faça a respiração ser muito mais que verbo. Faça da respiração sua paz.
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