Não sou desses que saem por aí dizendo que odeiam algo. Odiar é muito pesado, muito forte e dá uma sensação de finalização: Eu odeio. Ponto, é pra sempre. E pra sempre é muito tempo…
Mas se no campo metafórico eu puder usar a palavra “odiar”, eu diria que odeio o morno.
O morno é uma temperatura insossa. Se no frio tomamos um relaxante banho quente e no calor, um revigorante banho gelado, qual é a temperatura de se tomar um banho morno? Na entressafra do calor? Ou do frio.
O morno é uma indefinição por excelência, um eterno ficar e cima do muro, uma coisa que não é nem aqui, tampouco ali.
O morno é aquela coisa que só dá o gostinho… sabe aquele delicioso caldo verde português? Pois é, está morno. Mas imagine como seria se ele estivesse quentinho, aquecendo o inverno em uma deliciosa companhia… As coisas iam esquentar, né? Mas não, está morno.
O morno é broxante – na metáfora e na prática – afinal, quando as coisas estão esquentando, o cabra broxa! O morno é aquela coisa que não foi, mas também não veio, é algo que poderia ser delicioso, mas ficou no gostoso. O morno é aquele cara que não saiu do armário, tem uma vida frustrada e vive enchendo o saco dos outros.
Vamos combinar uma coisa? Não sejamos, pois, mornos. As duas coisas mais deliciosas são: o chá gelado e o chá quente. Entenderam?
Se formos trabalhar, vamos trabalhar pra arrebentar, vamos ser tratores, que tanto puxam quanto empurram. Se vamos amar, vamos amar mesmo, porra. Fique no “ficar” e tenha um bom dia na manhã seguinte, ou vamos amar demasiadamente, atabalhoadamente e desmesuradamente.
Faça amor ou faça sexo. Tenha preliminares de 2 horas ou dê apenas aquela pegada rápida na garagem do prédio. Fique massageando os pés, costas e pernas da sua deusa ou faça sexo tão violentamente que quebre o estrado da cama e acorde a vizinhança.
Tudo, menos ser morno.
Beijokas
Rubens
- CONFIA NO PROCESSO - 20/02/2020
- SUFICIENTE - 07/01/2020
- EU FICO COM O MEU QUINTAL - 18/11/2019
“morno” até tem um som feio.
Credo.
“O ódio move o mundo”
Adorei o último parágrafo, em especial.
Uhauha, sabe q nunca tinha parado p pensar nisso…eu tbem não gosto dessa coisa de morno não…
Bom texto.
O ódio enquanto paixão – paixão, sentimento extremista – um desejo ardente de algo, é na sua essência o quente, o ardor, o movimento , a inconformidade, a não aceitação do status quo, enfim, definitivamente não é morno.
Valeu demais Caio, Carioca e Bia.
O Luiz TINHA que comentar a frase clássica dele, hahahaha Muito bom!
Cara, morno é falta de coragem… falta “cojones”
Se o texto fosse somente do “Vamos combinar…” para baixo, já seria perfeito!
Simplesmente demais!
Tudo, menos o morno!
Adorei Rubão!
=)