Quarta-feira é um dia sagrado. Domingo à tarde, também. Estamos no país do futebol. Onde a bunda é atração, futebol é paixão nacional.
O grupo de amigos se reúne para uma pelada, com direito a cerveja, papo pro ar e relaxar, de um dia – ou semana, de stress. A pelada só para no horário no jogo “oficial” e depois disso é clube do bolinha. Só entra macho.
Para nós, mulheres, também existem os dias sagrados, o clube da lulu cor de rosa e bate papo, sem a cerveja, a gritaria e bagunça masculina. É nessas horas que a gente vê que o mundo ainda é dividido entre cerveja e champagne, futebol e moda. Nada contra, sou super à favor.
O futebol feminino é a moda, a fofoca do casal famoso, o trabalho, as dicas de beleza. Até quebrando o código de conduta dos encontrinhos femininos, é ali que a gente se joga, que coloca o papo em dia com a amiga, troca dica de maquiagem, fala de relacionamento, conta experiências.

“Ele me ligou”, “Beijamos”, “Aquela loja está na promoção”, “Vocês já viram esse rímel?”, “Viu que fulana está se separando?!”… Sim, esse lado “mulherzinha” aflora quando existe o grupo de amigas. E sejamos sinceros, não faz mal há ninguém. Era assim na época das cavernas e continua em tempos atuais.
Mulher é coletivo, fala, troca, cuidado, fofura e frescuras. E não se fala mais nisso! O futebol é sagrado, a maquiagem também. Beber cerveja é ritual, chá da tarde com as amigas também.
A verdade é que temos nossas diferenças, não sabemos o que é impedimento e vocês não sabem a diferença entre uma bolsa Prada ou Chanel. Domingo pra gente é almoço na casa da mãe, para vocês, é final de campeonato. Viagem de final de semana pra gente é mala de 23 kg, e para vocês é mala de mão. Não sabemos o nome dos jogadores do seu time preferido, e vocês não sabem a cor de batom preferida dela – afinal, são tantos, né?
Futebol e mulheres, mundos tão complexos, que apesar de toda essa santa diferença, no final o que interessa é que se completam. E em época de copa do mundo vira uma coisa só, futebol, mulheres, cerveja, torcida. Amém.
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